segunda-feira, 7 de novembro de 2011

Deu na Tribuna do Norte: "Marizão um palco abandonado"


Severino Sobrinho (Cocobil) coloca a própria liberdade em risco para não deixar o estádio Marizão se acabar ante o descaso governamental
Cocobil - Administrador do Marizão
Uma terra de ninguém. É assim que o estádio Marizão é apontado pelo presidente da Liga Desportiva de Caicó, Luís Jurandir de Medeiros (o Carneirinho). Irritado com o abandono do estádio, que apesar de ser a única praça esportiva pertencente ao Governo do RN em atividade, tem o controle desprezado pelo poder público, ele disse que faz esse julgamento porque a praça esportiva só não se encontra em completo estado de abandono, pelo fato de estar sendo zelada por uma pessoa cuja Justiça impediu até de entrar para assistir jogos dentro do estádio. 
"Realmente é uma terra de ninguém, é um patrimônio público completamente abandonado pelo governo, qualquer um que chega toma conta mesmo e esse fato ilustra bem a importância que as nossas autoridades dão ao Marizão", ressaltou o dirigente esportivo.
A condição só não é mais precária porque algumas pequenas reformas ainda são feitas no Marizão em consequência da força de vontade de Severino Sobrinho da Silva (Cocobil), que legalmente  não poderia estar trabalhando no local, mas que desobedecendo uma ordem judicial e com o seu trabalho de "formiguinha" vai impedindo que o patrimônio público fique entregue as traças e passe a ser alvo de depredação de alguns vândalos.
Com o pouco dinheiro que consegue arrecadar das peladas realizadas no estádio (R$ 1.200/mês), Cocobil retira o seu salário e separa alguma verba para realização de melhoras pontuais no gramado, vestiários, alambrado e no serviço de pintura. Além disso o caixa conta com R$ 5.800/ano com a venda das placas de publicidade.
Atualmente quem responde pela administração do Marizão é Edno Lopes dos Santos, subprefeito de São João do Sabugi, e que ocupa o cargo desde 2007 depois da realização de um acordo informal com a juíza Rossana de Paiva, que após mandar fechar o estádio depois do problema com Cocobil, foi alertada para o problema da degradação do bem público e mandou que a Prefeitura nomeasse uma espécie de interventor para cuidar do Marizão, enquanto o governo do estado não nomeasse alguém para desempenhar a função. Lá se vão quatro anos e, entra governo, sai governo, a situação da praça esportiva mais importante do Seridó continua a mesma.
Apesar de estar ciente da decisão judicial, Edno diz que não está afrontando a decisão da juíza  Rossana Paiva, mas apenas procurando corrigir aquilo que considera como uma injustiça, uma vez que toda confusão gerada em torno do assunto, foi resultado de um grande mal entendido, uma vez que Cocobil jamais pensou em tirar proveito da condição de abandono do Marizão. 
"A questão se deu em 2007 quando o Marizão estava abandonado mesmo e um grupo de vândalos vinha invadindo o estádio a noite para depredar as instalações. Como sempre mostrou zelo pelo Marizão, Cocobil resolveu fazer um quartinho em baixo de uma arquibancada para tomar conta do estádio. Mas as pessoas não entenderam assim, denunciaram a Justiça que deu ordem despejo para ele. No entanto nós não temos outra pessoa que aceite zelar pelo local sem qualquer vínculo empregatício e não vejo mal nenhum dele continuar desempenhando essa função", ressaltou Edno.

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